Artigos publicados no Jornal da Mathias 2012


Artigos do Vereador Ivo Fiorotti, publicados em sua coluna do Jornal da Mathias no ano de 2012 

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Edição 42
DÚVIDA QUE LEVA AO CONHECIMENTO
“Fico triste quando as pessoas desconfiam e duvidam de tudo, sobretudo, quando são a(o)s companheira(o)s da caminhada.... precisam ter um pouco de crédito com as lideranças”, falou-me Aletéia com uma convicção que quase me obscureceu a deixa pra lhe falar de um dos maiores pensadores da modernidade: René Descartes. 
Duvidar e/ou acreditar nos líderes que atuam na política pública - quer sejam os votados nas eleições para mandatos temporários, quer sejam os escolhidos para delegações em Conselhos - permeia o cotidiano de julgamentos e opiniões da cidadania. Politicamente, o representante tem a nobre tarefa de exercer as responsabilidades delegadas dos representados. Estes, por sua vez, tem a nobre tarefa de acompanhar para ver se o representante cumpre ou não com as tarefas assumidas. A representação temporária no cargo, um dos pilares da democracia moderna, permite a recondução ou não do representante nos espaços de poder político, inibindo permeâncias sem  legitimidade social.
A vida cotidiana de um cidadão com cargo público é eivada de avaliações positivas ou negativas de seus representados, algumas verdadeiras outras falsas. A vida urbana das grandes cidades, mais do que nas pequenas ou no campo, é tão complexa que somente cidadãos muitos convictos acompanham o cotidiano de seus representantes, permitindo-lhes avaliações mais precisas. Assim mesmo, na disputa política partidária, existe o método de desqualificar os méritos dos oponentes. O período do processo eleitoral é o momento oportuno de avaliação dos que exercem cargos e de análise das propostas do que pretendem exercer os mesmos.
Descartes, filósofo, matemático e físico francês que viveu 54 anos no início do século dezessete, desenvolveu a chamada “dúvida metódica”, seguindo o princípio de que “devemos duvidar de todos os conhecimentos que não possuem explicações evidentes”. Gradativamente, o “confiar cegamente” da idade média vai dando ligar ao “confiar desconfiando”. São dele as famosas sentenças: “Penso, logo existo” e “Afasta-te de todas as impressões dos sentidos e da imaginação, e crê apenas na tua razão”.   Tudo o que é dito sobre os representantes bem como tudo o que os representantes dizem, só terá credito após verificação, análise e comprovação. Portanto, não “duvidar por duvidar”, mas duvidar para buscar a verdades das coisas ditas.
Descartes revolucionou o conhecimento moderno e sofreu perseguições e condenações porque o método da dúvida fora interpretado pela igreja e outros doutos uma negação das verdades da fé. Minha cara Aletéia, aprendemos com Descartes que quando as pessoas duvidam e desconfiam podem estar dando o primeiro passo em busca da verdade e do conhecimento. Herdamos deste obstinado e calculista filósofo a crença de que o bom senso através do exercício racional é o poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso. A busca da verdade pela racionalidade atravessou os séculos e alicerçou o desenvolvimento do mundo moderno. Os frutos desta opção racional trouxeram tanto a ordem e o progresso, como inúmeros “episódios de insensatez” na história moderna e contemporânea. 
Se com Maquiavel temos a preocupação do governante com sua sustentabilidade política, dando força, estabilidade e vida longa aos projetos políticos, em Descartes temos a cidadania responsável que fiscaliza e acompanha as ações dos governantes. As ações dos líderes políticos e dos gestores públicos que passarem pelo crivo da dúvida metódica da cidadania se reforçam e ganham fôlego como projetos políticos consistentes. 
Ivo Fiorotti, Vereador, comunitarista, teólogo e pós-graduado em Ciências Políticas.
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Jorge Cardoso agora é Cidadão Canoense
Jorge Fernandes Cardoso soube ultrapassar seus limites físicos e com dedicação, obstinação e solidariedade construiu sua cidadania nas políticas públicas da pessoa com deficiência. De minha iniciativa e com a aprovação unânime dos vereadores, após 40 anos de adoção, merecidamente recebe o título de Cidadão Canoense.
Filho de militar, Jorge nasceu em 1943 na cidade de Alegrete e acompanhou o périplo da família até Porto Alegre. Aos 26 anos, passa a condição de cadeirante após contrair infecção na coluna vertebral. Em 1972, adota Canoas se inclui na comunidade, tornando-se conhecido pelas atuações em micro negócios e na fundação da Sociedade Araguaia. 
Em 1983, participa no grupo de auto-ajuda na Igreja São Luiz, através da Fraternidade de Doentes e Deficientes -FCD. Com seu dinamismo peculiar logo se entrosa no movimento de luta pró direito das pessoas com deficiência, tornando-se referência estadual auxiliando na fundação de núcleos e conselhos municipais.
Atua na organização do movimento e mobilização para as lutas da constituinte, assessorando o vereador e, em seguida deputado constituinte, Ivo Lech. Auxilia na articulação da emenda popular que resultou na pensão do deficiente. 
Em 1984, articula a fundação da ACADEF – Associação Canoense de Deficientes Físicos e torna-se seu primeiro presidente, Preside por seis gestões esta instituição, voltando na atual. Dedica sua vida a instrumentalizar e ampliar a atuação da ACADEF, juntamente com sua segunda esposa, Suzana. 
Participou da instalação dos Conselhos Municipais da Pessoa com Deficiência, da Assistência Social e da Saúde. Auxiliou na formulação de grande parte das políticas públicas na área da pessoa com deficiência, algumas com pioneirismo, como a Lei do Passe Livre em Canoas. É reconhecida sua atuação tanto na organização e fundação de núcleos e conselhos, como na formulação das políticas públicas deste segmento.
Com estes serviços prestados aos canoenses, em particular às pessoas com deficiência e seus familiares, no próximo dia 19 de abril, a Câmara de Vereadores estará realizando sessão de entrega do bem merecido título de Cidadão Canoense ao Senhor Jorge Fernandes Cardoso!
Ivo Fiorotti, vereador, teólogo e pós-graduado em ciências políticas.
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Edição 40
O CAOS E A ESTABILIDEADE SOCIAL!
Minha amiga Aletéia me confidenciou seus recentes embates como Conselheira no OP. Falou-me da dificuldade dos delegados irem às reuniões técnicas e se subsidiarem para tirar as dúvidas da população. Estava entusiasmada com as inaugurações das obras conquistadas pelas comunidades organizadas. Sentia-se feliz com o reconhecimento das pessoas que tinham se mobilizado. Por fim, franziu a testa e com um ar de indignação, falou-me longamente de inúmeras opiniões maldosas de pessoas que não se organizaram para encaminhar suas demandas no OP: algumas pela ironia, outras pelo furor procuravam desqualificar com expressões as mais “chulas” a parceria que a gestão municipal estava construindo com a população. 
Lá pelas tantas, disse-me: “São maquiavélicos!”. Absorto em ouví-la, de pronto lhe pergunto: “como, maquiavélicos?!”. E ela me disse: “Você que é estudado sabe! Aprenderam como aquele homem filho do demônio que não tinha escrúpulos; ensinava que pra alcançar um objetivo é correto usar de todo e qualquer meio: um tal de Maquiavel.” E retornou com sua opinião: “Os do contra, os que tem dor de cotovelo por que o nosso governo está melhorando a vida dos canoenses, usam do mesmo ensinamento, você sabe!”. 
Lembrei-lhe que sua análise era bem real, que infelizmente é o que acontece, mas que nosso pensador Nicolau Maquiavel não era tão mau assim. Como um dos filósofos políticos que viveu no início da formação dos estados italianos, cresceu vendo muitos políticos agüentarem apenas alguns meses no poder. Teve a oportunidade de ler e estudar muito os pensadores clássicos gregos e latinos. Viveu 58 anos (1469-1517)! Passou a segunda metade da sua vida, ora participando em cargos administrativos enquanto uma posição política governava, ora sendo perseguido, preso, deixado de lado quando a posição contrária conquistava o poder. Sua grande pergunta foi: “como conquistar um governo que garanta a paz e a ordem, com legitimidade, seduzindo maiorias; e quem não se seduzir por este processo, ao menos reconhecê-lo ativa ou passivamente. Ao mesmo tempo, como manter o governo com legitimidade, garantindo ordem e coesão social?”
Diferente dos pensadores clássicos que idealizam uma forma de governo, Maquiavel ensina o caminho de construir o governo a partir da “verdade efetiva das coisas”, ou seja, “ver e examinar a realidade tal como ela é e não como se gostaria que ela fosse”. A coesão social é uma construção dos homens com muita sedução dos líderes, os que exercem o poder, mas ela nunca é eterna, pois permanece o conflito, latente ou expresso. 
Maquiavel, ao analisar a vida real e a história dos povos, conclui que o conflito e a anarquia social são desdobramentos das paixões e instintos malévolos da pessoa humana. Diz: os homens “são ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro”. 
Assim o poder, exercido pela política no espaço público, pela força bruta ou pelo assentimento livre dependendo do momento real, quer seja pelo principado quer pela república, é a única maneira de enfrentar o conflito, domesticá-lo ou superá-lo, numa real coesão social.  
Daí sua lapidar frase: “o mundo da política não leva ao céu, mas sua ausência é o pior dos infernos!” A força é o fundamento do poder, mas somente a posse da virtude como sabedoria política, permite a manutenção do poder do governante! Cara Aletéia, a construção pela superação dos conflitos é permanente: a Conselheira (líder) é amada por uns e odiada por outros! Isso é um pouco de Maquiavel?!
Ivo Fiorotti, Vereador, comunitarista, teólogo e pós-graduado em Ciências Políticas
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Edição 39
UM BALANÇO COMO LÍDER DE GOVERNO!
Foi com responsabilidade e honra que aceitei o convite do Prefeito Jairo Jorge para a função de Líder do Governo na Câmara, no ano de 2011. Como vereador de primeiro mandato, ter dedicado boa parte de meu terceiro ano como legislador, foi motivo de aprendizado e orgulho. Considero fundamental prestar contas publicamente, mesmo que numa breve síntese de poucas linhas. 
Um grande saldo foi ver três colegas de a oposição passar à situação. Pesados todos os interesses políticos desta decisão, o maior deles com certeza, é a convicção de que a atual administração está no rumo certo, com ações e projetos que estão mudando para melhor a vida dos canoenses.  É a conclusão que derivo dos debates árduos e duros, mas sinceros e transparentes que travamos na defesa dos projetos e ações de iniciativa do executivo. Por si só fala o fato de apenas um vereador estar mantendo-se na oposição! 
Das muitas tarefas que desempenhei como líder de governo - ouvir e valorizar as demandas dos colegas e da população, articular opiniões em projetos viáveis, negociar divergências na construção de possíveis consensos e construir argumentos defensáveis de projetos relevantes – o que mais me exigiu tempo e disposição foram as setenta e cinco proposições que estiveram em avaliação, debate e votação na Câmara de Vereadores. Todas viraram leis! Noventa por cento com o voto unânime dos vereadores. O voto contrário da oposição tem sido muito mais para marcar posição do que na análise convicta e meritória das propostas apresentadas. Recentemente proposições de leis de sentido semelhante tiveram votos contrários do vereador oponente.
Foram treze os grandes temas, a meu ver, que orgulham o meu currículo como líder de governo: na (1) cultura, a aprovação do Sistema Municipal de Cultura, com seu Plano próprio; na (2) educação, o Plano de Carreira que permite ao professor construir sua caminhada profissional e, no final de sua carreira, agregar os 30% de regência; nos (3) servidores públicos, a agregação da insalubridade e sua extensão á aposentadoria; nas (4) habitações irregulares, a simplificação de regras rumo a regularização, com isenção para habitações de até 70 m²; na (5) regularização fundiária, cinco áreas tiveram mais de mil famílias com sua titularidade reconhecida; na (6) segurança, policiais civis  e militares que atuam no território da paz obtiveram direito ao bolsa-formação de R$ 450,00 mensais; a (7) comunidade evangélica teve reconhecida a Marcha para Jesus; a (8) comunidade católica, a Romaria de Nossa Senhora das Graças; a (9)máquina pública avança na informatização com a criação da Fundação de Tecnologia; os (10) Serviços de Saúde Básica serão otimizados com a estruturação da Fundação Municipal da Saúde; os (11) empreendedores municipais terão facilitados seus alvarás, inclusive os que estão em áreas irregulares; os (12) novos loteamentos com regras mais claras de suas áreas verdes e institucionais, no Banco de Terras; e, (13) uma Cidade Mais Limpa, sem poluição visual com publicidade qualificada. 
Estas são as treze que destaco, pelo seu impacto no todo da população ou em parte significativa de determinado segmento. Houve ainda minha participação na negociação e aprimoramento de uma boa parcela das sessenta e quatro proposições de iniciativas dos diversos vereadores. Além disto, sou autor de cinco projetos de leis, os quais se tornaram leis. 
Tive a oportunidade de realizar grande parte deste balanço, de forma pontual, nos mais de cem atos e eventos públicos que tenho participado como líder de governo. Um grande abraço a todos!
Ivo Fiorotti, Vereador, teólogo e pós-graduado em Ciências Políticas
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Edição 38
A VERDADE SOCIAL na MODERNIDADE!
Os pensadores gregos inauguraram o ousado caminho da busca humana da verdade na história. Homens e mulheres deixaram de guiar-se pela diversidade dos mitos e ritos religiosos das antigas civilizações e começaram a traçar seus destinos pessoais e sociais. Em Aristóteles temos a melhor síntese da pessoa como cidadão, dotado de razão e ética, destinado à vida social. Nasce a política como a busca do bem comum e a primeira forma social de construção da democracia.  
Os pensadores medievais articulam os avanços da dimensão racional humana dos gregos, em particular de Platão e Aristóteles, com a dimensão da fé religiosa cristã no ocidente. Construiu-se a racionalidade do poder dos Reis e Príncipes que deveriam garantir o bem comum de seus feudos. Se em Jesus Cristo temos o poder como serviço que garante a prática do amor e a liberdade, emergiram os pensadores medievais que justificaram o poder espiritual institucional da igreja na condução da política e os que colocaram limites ao poder institucional quando este não atendia o bem comum dos cidadãos em suas coletividades. 
O pensamento moderno pretende ter a razão humana como única luz da verdade: a dúvida não é mais a ausência da fé, mas um método que visa à produção de bens e conhecimentos, inclusive a Verdade. Neste contexto histórico do “caminho das luzes racionais”, do qual engendra e se alimenta, está o desenvolvimento da matemática com Galileu que permitiu a racionalidade nas guerras. Os navios dos navegadores europeus em busca de novas terras, encontrando novos produtos para seu comércio, ganha outra dimensão com a criação da máquina a vapor tanto para a rapidez nos deslocamentos como no desenvolvimento das indústrias de transformação. O surgimento da imprensa facilitando a comunicação e a disseminação do conhecimento, enfim, a formação do modo de produção capitalista.  Toma força o homem racional, calculista, empreendedor, inventor e construtor de seu próprio caminho. 
Vamos dialogar, neste período, com seis pensadores: (1) Descartes, com sua dúvida metódica na busca da verdade. O homem não vê mais a natureza com admiração, mas quer dissecá-la, compreendê-la, quantificá-la e ver quantos benefícios esta pode lhe dar; (2) Hobbes, que compreende a natureza do ser humano de caráter belicoso e daí deriva sua necessidade de contratualizar a convivência social; (3) Locke, considerando o ser humano que nasce como uma “tabula rasa e precisa adquirir o conhecimento racional”; (4) Rousseau que postula o contrato social ideal fruto da vontade geral dos cidadãos; (5) Kant, com seu itinerário visa à emancipação plena do homem: a necessária saída da minoridade à maioridade racional e à liberdade.  
Na política, a grande novidade da modernidade é o surgimento do Estado- Nação, esta instituição social fruto da racionalidade humana, portanto de origem laica. Um novo aparato que visa garantir o bem comum dos cidadãos.  Aqui não podemos prescindir das grandes contribuições de (6) Maquiavel. Este pensador, no campo da política, teve sua produção intelectual interpretada de maneiras as mais distintas, todas versando sobre a questão da construção da sustentabilidade no poder. 
Minha cara Aletéia, você tem nos pensadores da modernidade um momento todo especial, mais realista, mais humano, mais inovador e promissor. Também mais responsável tanto na ousadia na construção como em suas conseqüências. É o preço da maioridade cidadã e democrática!
Ivo Fiorotti, Vereador, teólogo e pós-graduado em Ciências Políticas
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Edição 37
Feliz Ano Novo: pela continuidade da Vida!
Ano Novo é um momento de desejarmo-nos paz, saúde, bem-querença uns aos outros. No fundo e ao fim de todos os desejos e felicitações estamos iniciando uma nova etapa em nossas vidas. 
Ter desejos, sonhos, convicções, projetos são características da pessoa humana. É o combustível que gera as mudanças, provoca  alterações, empreende produções. E com isto a vida pessoal, social e também da terra se modifica. 
Ao entrarmos no ano de 2012, segundo alguns profetas, estaríamos nos aproximando a mais uma catástrofe que nos levaria ao fim do mundo. Quantas destas profecias temos registros históricos desde o famoso Nostradamus até algumas tradições religiosas milenaristas. Falar do fim da vida supõe falar do início da vida e das condições que permitem a vida ao longo da história. 
Sempre imaginamos como se a vida da pessoa consciente, do chamado “homo sapiens”, tenha sido a presença primeira em nosso planeta terra. Estudos científicos tendem a situar o nascimento do Universo a cerca de 13,7 bilhões de anos. A Terra teria existência desde 4,45 bilhões de anos. A vida humana entre cinco e sete milhões de anos. E o homem consciente entre 130 a 140 mil anos. Se tomarmos a Bíblia Sagrada, um dos mais antigos eventos com comprovação histórica, a saída dos hebreus do Egito sob o comando de Moisés, teria cerca de 3.250 anos, ou seja, cerca de 1.250 anos antes de Cristo. 
A produção de alimentos para garantir a vida da pessoa humana tem sido uma questão estratégica ao longo da história. A própria Bíblia coloca a ida dos hebreus de sua terra para as terras do Egito, na emblemática história de Jacó e seus filhos, como busca de alimentos. A produção e distribuição social dos alimentos têm sido elemento estratégico de poder e dominação entre os povos. 
Na produção dos alimentos até o complexo modo de vida social, emergem questões estratégicas como o aquecimento global e a superpopulação humana. Concluem alguns estudos que “o aquecimento global é um código que engloba os impactos que nossa civilização produz na natureza, ameaçando a sustentabilidade da vida e da Terra. A conseqüência é a emissão de bilhões de toneladas/ano de dióxido de carbono e de metano, 23 vezes mais agressivo que o primeiro. Na medida em que se acelera o degelo do solo congelado da tundra siberiana, há o risco, nos próximos decênios, de um aquecimento abrupto de 4-5 graus Celsius, devastando grande parte da vida sobre a Terra. O problema do crescimento da população humana faz com que se explorem mais bens e serviços naturais, se gaste mais energia e se lancem na atmosfera mais gases produtores do aquecimento global”. 
Se estudos de muitos cientistas apontam esta questão bem real e concreta e batem a porta de organismos internacionais como a ONU, o interesse particular e limitado de cada país impede a emergência de estratégias de consenso com caráter universal e global.  E a cada dia que passa, não fruto de determinada profecia, mas sim desta questão tão elementar, acercamo-nos cada vez mais deste grande abismo catastrófico, ao grande colapso!
A mãe de todas estas distorções anda junto com a mãe de todos os avanços, ou seja, “a convicção de que nós, seres humanos, somos o centro de tudo e que as coisas foram feitas só para nós, esquecidos de nossa completa dependência do que está à nossa volta. Aqui radica nossa destrutividade que nos leva a devastar a natureza para satisfazer nossos desejos”. A terra precisa viver para que as pessoas também vivam, eis o desafio. A ética do cuidado global torna-se relevante e urgente!
Ivo Fiorotti, Vereador, teólogo e pós-graduado em Ciências Políticas

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